A doméstica Maria do Carmo Oliveira Viegas levava uma vida comum. Acordava cedo, cuidava da familia e seguia para o trabalho.
Tinha o maior respeito pelos patrões e cuidava com muito amor das coisas do casal para o qual se dedicou por mais de cinco anos. Mas por causa de um atraso, ela foi demitida. Mesmo sem entender a demissão, por um motivo banal, recebeu as contas no dia 2 de abril passado e foi para casa.
Depois de sua saída do emprego, muita coisa mudou. Tudo porque descobriu, através de uma vizinha, funcionária do instituto de Previdência e Assistência do Município de Belém (Ipamb), que ao longo dos últimos cinco anos Maria do Carmo tinha sido funcionária fantasma da Câmara Municipal de Belém (CMB) lotada como secretária legislativa no gabinete da vereadora Vanessa Vasconcelos (PMDB), sua então patroa.
O susto foi grande. Mas depois da descoberta, a doméstica passou a entender a razão que levou o marido da vereadora, o oficial superior da Polícia Militar Arthur Rodrigues de Moraes, a fazê-la assinar uma procuração dando plenos poderes a ele para receber "vencimentos oriundos da Câmara Municipal de Belém, receber cartões magnéticos de conta corrente, abrir conta corrente, fazer saques, depósitos e outras movimentações financeiras", desde o dia 28 de fevereiro de 2008, segundo documento registrado no dia 29 de fevereiro do mesmo ano, em cartório da cidade.
Do Carmo, como é conhecida, questionou à época o pôrque da procuração. Mas o marido da vereadora argumentou que ela teria acesso a consultas médicas pelo Ipamb e pouco tempo depois, entregou a ela uma carteirinha. Em uma das vezes que precisou usar os serviços de saúde do instituto, em janeiro deste ano, a doméstica quase foi barrada.
Além da carteira, os atendentes exigiram cópia do contracheque para atestar a legitimidade do uso. Foi aí que Maria do Carmo Viegas começou a desconfiar dos patrões. Sem suspeitar do uso de seu nome como funcionária "Laranja", Maria do Carmo só na semana passada descobriu que estava lotada como secretária legislativa da Câmara Municipal de Belém há cinco anos e seu mais recente salário era de R$ 4 mil. A dómestica, no entanto, nunca viu a cor do dinheiro, a não ser do salário mínimo pago pelo oficial Arthur Rodrigues de Moraes, sendo o total de R$ 429,43, o último valor recebido por ela a título de salário, referente aos dias trabalhados de 1º a 31 de março deste ano.
Do Carmo também recebeu mais R$ 620,29 correspondente a um salário mínimo de aviso prévio do mês de abril com os adicionais de férias e 13º salário de 2009.
Fonte: Micheline Ferreira.....Redação jornal o Liberal
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