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outubro 03, 2013

Erica Ferro - Escrever é liberdade

Erica Ferro 23 - Maceió- AL

É curioso e engraçado ouvir alguém dizer “Erica, você escreve tão bem! Você é uma escritora!”. Eu sou escritora porque escrevo. Porém, eu sei que quando amigos falam que sou escritora, estão ligando isso a outra realidade, estão me equiparando a escritores x e y. E eu não sou esse tipo de escritora. Clarice Lispector, escritora que eu admiro bastante pela sua literatura e por sua personalidade marcante e misteriosa, em uma das suas raras entrevistas e, infelizmente, a última da sua vida, disse o seguinte: “Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar sendo amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever.”.
Tal como Clarice, eu escrevo quando quero, quando me vem aquele desejo incontrolável de colocar no papel, ou num campo em branco do Blogger ou do Word, os meus pensamentos inquietos, meus sentimentos gritantes, meus protestos ferozes.
Eu escrevo porque falar não é o suficiente. Eu sempre achei que falar não bastava. Falas se perdem, se esquecem e, como dizem, entram por um ouvido de uns e saem pelo outro, numa velocidade e facilidade impressionantes.
Por isso, escrevo. Ou melhor, não só por isso. Por isso e mais que isso. Porque escrever é uma maneira de descarregar, de depositar em outro local o que não cabe mais em mim. Porque escrever me faz um bem indizível. Escrever é terapia. Sou suspeita para afirmar isso, mas corro o risco e digo: é uma das melhores terapias.
Escrever é libertador. Escrever relaxa a mente e a alma. Escrever é inventar universos, criar o impensável, recriar o real com uma conotação toda nova, toda singular. Escrever é uma delícia. Escrever é arte. Escrever é juntar letrinhas e letrinhas, que vão formando palavras, frases e, então, nos deparamos com os nossos sentimentos e pensamentos belamente cunhados em letras. Letras que são lidas e que tocam coração de outros, que nem imaginávamos que pudéssemos tocar. É que escrever é mesmo mágico. Tantas vezes escrevi para desabafar, para desaguar minhas lágrimas em forma de letras e um bocado de pessoas acabou chorando a minha dor, porque se identificou e se emocionou e se encantou. Isso é algo tão fabuloso, tão fantástico. É uma das maravilhas de escrever.
Por essas e outras que escrevo e continuarei a escrever. Como uma amadora. Como Clarice. Porque, sobretudo, escrever é liberdade.

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