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setembro 09, 2020

Autismo... Muito do que temos é o enfrentamento voluntário do professor

 

Conheci o Autismo na adolescência. Na verdade devo ter encontrado autistas antes, mas perceber as diferenças veio mais tarde. Minha primeira experiência foi com um caso grave e a maioria dos adultos tinham receio de se aproximarem do Nenezão. Eu não tive. Nunca fui uma pessoa de temores iniciais, meus medos se constroem se não enfrento o desconhecido logo - e na infância era construído pela manipulação perversa de minha genitora mas vocês não estão prontos para isso. 

Então, deixe eu falar sobre Autismo e Ensino. Ao  Nenezão só ensinei a ampliação de contato social. Medicado ele era calmo e levá-lo para cima e para baixo comigo o fez mais partícipe socialmente. E foi um ganho para ele  e sua família. Eu só não sabia que seria bom para mim. Aqui acho que devo esclarecer que mesmo tendo menos de 11 anos já dava aulas de reforço para algumas crianças até de séries mais adiantadas que eu. Ganhava uns 'trocos' com minhas primeiras práticas de Ensino.

E por qual motivo falo isso?

É porque ainda hoje, já formada professora e graduada em Letras, vejo que o enfrentamento do Autismo por parte do professor é muito intuitivo, Cada caso é único e os estudos sobre o tema quase sempre são deficientes. na verdade em nossa formação de professores faltam muito em Psicologia da Educação, Didática e outros temas e disciplinas, principalmente as voltadas para as Tecnologias Assistivas. Assim, muitas pessoas nem sabem ao sair da Universidade um mínimo de Braille e mesmo Libras que é obrigatório não é o suficiente. E a Didática para Autistas entra em Tecnologias Assistivas já que alguns aprendem de forma Sinestésica. A bem da verdade nem mesmo todos os neurotípicos - neurologicamente típicos - aprendem de forma idêntica entre si. Alguns aprendem por reescrever explicações, por exemplo, outros aprendem se não fitar o professor/interlocutor e esperar linearidade coletiva em aprendizado é um erro comum de muitos educadores e o resultado, além de classe dispersa é alunos sendo considerados aptos para novos aprendizados sem terem aprendido o básico. 

Sim, eu tenho problemas com o duo progressão continuada e aprovação automática, para mim esta dupla retira o Direito á Educação e aborta a capacidade de aprendizado do indivíduo.

Para enfrentar o Autismo e ensinar as crianças no espectro e as demais consideradas neurotípicas é necessário muito investimento tanto em preparação real do professor durante sua formação quanto em ambiente escolar realmente propício ao Aprendizado. Comennius cria que se pode "ensinar tudo a todos" e eu também creio nisso.

Está na hora de só exigir de professor, é preciso dar mais que elogios e incentivo moral ao Magistério, precisamos de meios melhores para que não tenhamos que usar apenas intuição em sala de aula.


Elisabeth Alves do Nascimento

E seja inteligente, minha opinião não reflete a opinião dos diretores e criadores dessa página, portanto, respeite-os.

Mais sobre o Autismo e eu aqui.



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