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abril 26, 2021

Um dedo de prosa sobre Mestiço, de Gustavo Araújo,




 Olá, amigos do Opinião e Versos. Hoje vim falar de literatura. É minha praia e gosto do assunto e, para mim, é um serviço essencial adquirir conhecimento literário.
E nesses dias de Pandemia, vale a pena falar sobre Cultura que se pode adquirir com pouco. Falta-nos o dinheiro e a paciência com o Isolamento parcial ou total e divertir-nos é uma necessidade quase vital e, venho de novo com um texto do Entrecontos


Desta feita meus olhos baixaram sobre o Desafio Envelhecer, e  lembrei de uma postagem do Ano passado, assim, retomei minha leitura à essa Antologia. 
O Conto traz por ilustração a figura de Candido Portinari, "O Mestiço", 

Então, retomo a conversa que iniciei em Janeiro, vamos ao texto:

"Mestiço", do escritor Gustavo Araújo, traça, de forma leve e até descompromissada o caminho da senescência de um carroceiro urbano e de seu cavalo. Antes de continuar, vale lembrar aos amigos que me seguem o quê é senescência. Essa é a parte em que, sem realmente adoecer, o jovem adulto vê em si a metamorfose ocorrer. Já não corre como antes, já não o mesmo cabelo de outrora e suas preferências mudam, até que ele passe a preparar "preparo o chá para os fantasmas", como diz a poesia "Envelhecer",  de Mario Quintana.   

Há parte no conto que mostra exatamente o reconhecimento desse estado. Tanto o homem quanto o cavalo estão envelhecendo sem grandes complicações físicas, portanto, sem doenças patológicas, não atingiram o estado de senilidade e, ativos que são, talvez não chegarão a esse estado. Entretanto, envelhecer apresenta certas dificuldades e mudanças físicas que são delineadas no texto e, interessantemente, o autor faz uma junção das duas figuras, sem no entanto juntá-las de fato. 


Ao observar a pelagem do animal desfiando nosso carroceiro lembra dos tempos heroicos do animal e também dos seus tempos de juventude, nos confins da floresta. Esse instante de focagem sobre si e o cavalo me fez pensar em "O velho e o Espelho", de Mário Quintana, porque lendo, temos a ilusão de que as reflexões que envolve a existência do homem e do cavalo são mais frutos de sua própria vontade do que de sua realidade e, mais não digo porque prefiro que o leia.



O final do conto remete mais uma vez a Mario Quintana  e transcrevo, não o conto, porque estou escrevendo aqui para vocês irem lá, ler, mas o poema "Do mal da velhice": 

"Chega a velhice um dia... 

E a gente ainda pensa Que vive... 

E adora ainda mais a vida! 

Como o enfermo que em vez de dar combate à doença 

Busca torná-la ainda mais comprida


E agora vou.



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